Como não pode concorrer, o senador aposta na irmã, na esposa e na filha
Impedido de concorrer ao Governo de Rondônia em 2018 por estar enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o senador Ivo Cassol (PP), segundo aliados, estaria traçando uma minuciosa estratégia para tentar eleger a irmã, Jaqueline Cassol, para o Executivo Estadual. Como ela já tentou antes e não conseguiu, de acordo com o que foi apurado, desta vez será necessário que o próprio Ivo assuma uma candidatura provisória.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, jogou a pá de cal em uma eventual candidatura de Ivo Cassol ao decidir através de voto minerva que a Lei da Ficha Limpa pode retroagir para impedir que os condenados em segunda instância concorram em eleições.
A votação foi apertada, ficando em 6×5. Ivo Cassol, como se sabe, não está condenado somente em segunda instância. Ele também foi sentenciado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), por improbidade administrativa na época em que era prefeito de Rolim de Moura. Inelegível por oito anos, não pode concorrer em 2018.
Já que deverá ficar fora do poder, Ivo Cassol teria elaborado uma estratégia para eleger parte da família. Deverá lançar a filha pré-candidata a deputada estadual, a esposa Ivone pré-candidata ao Senado, e a irmã Jaqueline pré-candidata a deputada federal. Ele deverá incialmente colocar o nome como pré-candidato ao governo, mas isso será somente para inglês ver.
De acordo com aliados, o sonho de Cassol seria colocar a esposa Ivone como pré-candidata ao governo, mas ele estaria ciente de que ela não resistiria a um debate com outros dois pré-candidatos, Maurão de Carvalho (PMDB) e Acir Gurgacz (PDT). Afinal, mesmo sem ir a debate, depois de uma entrevista a uma emissora de televisão, Ivone perdeu para Acir a vaga ao Senado em 2014.
Dessa forma, restou para Ivo Cassol a irmã Jaqueline para uma eventual disputa ao governo, já que a filha é muito nova. A estratégia seria Ivo ficar na disputa rumo ao governo até o último momento, para depois renunciar à candidatura em favor de Jaqueline, na esperança de que ela consiga ir para o segundo turno.
De acordo com aliados, a tendência natural é que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Rondônia negue o registro da candidatura de Ivo Cassol. Sem o registro, ele recorrerá ao próprio TRE pedindo a concessão de uma liminar que lhe permita concorrer. Novamente o recurso deverá ser negado e ele tentará conseguir a liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde poderá obter sucesso até o julgamento do mérito.
No meio disso tudo, Cassol deverá ser bombardeado pelos adversários, que explicarão detalhadamente que ele não pode ser candidato, por estar inelegível diante da condenação, de acordo com a Lei da Ficha Limpa. O atual senador deverá manter a campanha aos trancos e barrancos, para, na data limite, 20 dias antes da eleição do primeiro turno, retirar seu nome da disputa em favor de Jaqueline Cassol.
A medida seria necessária, porque Ivo Cassol já estaria ciente de que não pode concorrer, mas também saberia que Jaqueline dificilmente iria para o segundo turno, como já aconteceu no passado. Então ele tentaria ficar à frente da preferência do eleitorado até 20 dias antes da votação, fechando acordos, para que a irmã possa estar bem situada até três semanas antes da eleição, para ter alguma chance.
A estratégia programada por Ivo Cassol é inteligente e poderá “colar” nas pessoas que têm pouco acesso a notícias. O próximo passo será elaborar um bom discurso para ser feito quando sua eventual candidatura for retirada em favor da irmã Jaqueline. Isso também não deverá ser difícil, bastando dizer que tudo ficará em família.
Fonte: Via Rondônia