Cacoalenses podem representar RO, nos jogos Olimpicos doJapão, em 2020.

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O município de Cacoal já viveu grandes emoções no mundo do esporte e sua população, por diversas vezes, já se orgulhou de seus atletas, em virtude de conquistas importantes. A equipe da União Cacoalense, que era uma grande potência do estado, foi motivo de alegria e muitas comemorações nas ruas da Capital do Café. Infelizmente, essa época ficou mesmo nos anais e atualmente a União Cacoalense serve apenas como comitê eleitoral para diversos candidatos, quando se aproxima o período de eleições. Mas o esporte de Nossa Amada Cacoal não se resume às glórias nostálgicas do futebol. O ano de 2020 pode trazer muitas alegrias para os cacoalenses, caso a Amanda Arraes consiga participar dos Jogos Olímpicos no Japão. Além da Amanda, outra atleta muito qualificada do município é a Tatiany Alves de Jesus Rocha, também atleta do Judô. A participação dessas meninas em competições nacionais e internacionais é prova de que elas possuem grande talento, mas nada disso seria possível sem a inegável dedicação do professor Antônio Nunes, treinador de Judô dos mais qualificados de Rondônia…

Na realidade, essa história começa com o projeto “Judô Comunidade”, coordenado pelo mestre Antônio Nunes. Ele é um batalhador, na seara do judô, e faz um esforço hercúleo para estimular as atletas e orientá-las a participar de competições. Inclusive, no ano passado, Amanda Arraes esteve no mundial de Judô nas Bahamas e voltou com uma medalha de prata outra de bronze, conquistas que, com certeza, não acontecem, sem que haja muita dedicação, muito esforço, muito empenho, do atleta e do técnico. Claro que é necessário alguém para custear alguma coisa e, infelizmente, nesse quesito, Cacoal está muito aquém daquilo que se espera de um município que gosta de esporte. Eu estou falando do poder público. Ainda que o município apresente o frágil argumento de que pagou passagens, isto ainda é algo muito incipiente e não deveria ser usado pelos agentes políticos que prometeram transformar Cacoal na melhor cidade do estado. Obviamente que não estou criticando o Secretário da AMEC e nem poderia, porque, na minha avaliação, ele é o melhor secretário que temos no primeiro escalão cacoalense. Tem formação técnica, tem capacidade administrativa, conhece sua pasta e gosta do esporte. Infelizmente, o orçamento do município para o esporte não convém nem ser citado, pela insignificância. A equipe da AMEC faz milagres…

O orçamento da pasta do esporte em Cacoal serve para comprovar que aquela velha história de eleger gente do ramo não funciona. A metade dos vereadores de Cacoal foi eleita dizendo que amava o esporte e que este setor precisava de representantes. Oficialmente, temos uma câmara que nenhum outro município do estado tem, composta por 50% de pessoas apaixonadas pelo esporte. A outra metade não fazia juras de amor, mas falava que o esporte era importante. Se os vereadores de Cacoal não gostassem de esporte, fica difícil imaginar que tragédia seria a cidade hoje, porque com a metade da Casa de Leis amando o esporte, as coisas estão complicadas. Como seria a situação, se não houvesse tanto amor??? Claro que há ações individualizadas, como é o caso das ações que o vereador Paulinho do Cinema faz no Riozinho e que merecem ser registradas, porque são uma excelente iniciativa. Mas, no quesito “políticas públicas”, não se tem notícia de nenhuma iniciativa do Executivo ou Legislativo que se possa considerar robusta e merecedora de elogios. Não vale citar as escolinhas, porque elas já existiam, há muito tempo. Manter é uma obrigação básica. Até o ônibus que está sendo licitado e que será comprado com recursos de uma emenda do ex-senador Cassol parece não ter a garantia de ser encaminhado para sua finalidade específica. Pelas informações que temos, o ônibus deveria ficar sob a coordenação do responsável pelo projeto do Judô e, eventualmente, poderia atender outras modalidades, quando fosse necessário. Mas dentro da administração, há quem defenda a ideia de que o veículo vai ficar sob o comando da administração e, quando o pessoal do judô precisar, deve encaminhar documento solicitando o veículo. Tudo indica que, se for assim, a coisa tende a ser bem burocrática. Assim, até os dois filósofos da honestidade seriam derrotados nessa competição…

Os questionamentos feitos sobre o judô não nos impedem de aplicar a analogia, em relação aos demais esportes e atletas do município. Aliás, o judô resiste muito aos duros golpes aplicados pela ausência de políticas públicas. A maior prova disso é que, além dos grandes feitos de Amanda Arraes, a atleta Tatiany Rocha, citada no início, esteve recentemente em Belo Horizonte e participou de uma competição nacional, o Campeonato Brasileiro de Judô, defendendo a bandeira da Capital do Café. Nesta competição, ela obteve excelente resultado e já retomou os treinos para novas competições. Por isso, as coisas precisam acontecer em Cacoal, em defesa do esporte. Caso as coisas continuem como estão, Amanda e Tatiany, sob a orientação técnica do mestre Antônio Nunes, terão pela frente adversárias muito mais duras do que as atletas que elas venceram, e ainda irão vencer, em diversos estados brasileiros e diversos países. Nossas atletas cacoalenses terão que treinar com muita dedicação para aplicar um “ippon” na inércia, no descaso, na omissão e falta de amor ao esporte, por parte de nossas autoridades municipais… Tenho dito !!!

Fonte: FRANCISCO XAVIER GOMES – Professor da Rede Estadual

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