Mortes ocorreram em combates na região de Al Jazer. Mossul, segunda cidade mais importante do Iraque, está nas mãos dos jihadistas desde 2014.
Pelo menos sete combatentes das forças curdas (peshmerga) morreram nesta segunda-feira (17) e outros 11 ficaram feridos durante a ofensiva para recuperar o controle da cidade de Mossul, no norte do Iraque, que é dominada pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
Um dirigente da União Patriótica do Curdistão (PUK, sigla em inglês) informou à Agência Efe que entre os feridos há um integrante do conselho executivo deste partido, que foi identificado como Shalao Kusat Rasul.
Rashad Qalali detalhou que os ferimentos de Shalao são leves e que ele foi levado para um hospital da capital da região autônoma do Curdistão iraquiano, Erbil, para receber tratamento.
Além disso, Qalali explicou que as baixas nas fileiras curdas foram registradas durante os combates na região de Al Jazer, a nordeste de Mossul, por onde as forças curdas e iraquianas estão avançando desde a madrugada.
As tropas conseguiram libertar do controle jihadista um total de nove populações desde o início da ofensiva para reconquistar Mossul.
Aproximadamente 4 mil soldados peshmerga estão participando da grande operação, na qual contam com apoio aéreo da coalizão militar liderada pelos Estados Unidos.
O início da campanha foi anunciado durante a madrugada pelo primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, que prometeu restabelecer a estabilidade na segunda cidade mais importante do Iraque, que está nas mãos dos jihadistas desde junho de 2014.
Preparação
Desde a semana passada, as forças iraquianas apoiadas pela aviação da coalizão internacional liderada pelos EUA vêm fazendo seus últimos preparativos para iniciar a ofensiva para libertar Mossul.
A cidade, a segunda mais importante do país, foi capturada pelos extremistas em junho de 2014. Neste ano, o EI foi perdendo parte dos territórios que controlava e a maior parte das cidades importantes, sendo Mossul seu domínio mais valioso na atualidade.
Região estratégica
A região, no norte do país, é rica em poços de petróleo e a venda do produto se tornou uma importante fonte de rendas para o grupo terrorista. A cidade também fica perto da fronteira com a Turquia, uma posição estratégica para a dinâmica de comércio local. Os turcos são acusados de comprar petróleo dos jihadistas, o que eles negam veementemente.
Para o governo iraquiano, a tomada de Mossul seria uma demonstração de força e de credibilidade. O exército iraquiano já tomou outras cidades consideradas importantes pelo grupo, como Tikrit (abril 2015), Ramadi (dezembro de 2015), Falluja (junho de 2016).
Fuga
Autoridades temem que um milhão ou mais de pessoas sejam forçadas a deixar a cidade, segundo a CNN. O Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) afirmou que até 100 mil iraquianos podem se deslocar para Síria e Turquia para fugir do ataque militar, segundo a Reuters.
As organizações humanitárias não possuem uma ampla estrutura capaz de atendê-los caso isso aconteça. A Acnur fez um apelo por mais 61 milhões de dólares para tendas, acampamentos, itens de inverno e fornalhas para deslocados dentro do Iraque e novos refugiados que precisam de abrigo nos dois países vizinhos.
De acordo com os dados da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), desde maio, quando foi confirmado que o exército iniciaria uma ofensiva para retomar a cidade das mãos dos jihadistas, mais de 65 mil pessoas fugiram de Mossul e foram acolhidas pela entidade. Estimativas apontam que 3,3 milhões iraquianos foram deslocados desde 2014.
Fonte:G1