Hospital de Guajará Mirim está lotado de Bolivianos.

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Hospital Regional de Guajará-Mirim tem recebido pacientes transferidos da Bolívia .Hospital Regional de Guajará-Mirim tem recebido pacientes transferidos da Bolívia
Hospital Regional de Guajará-Mirim tem recebido pacientes transferidos da Bolívia

Pacientes bolivianos buscando tratamento no Brasil já não é novidade em Guajará-Mirim, cidade rondoniense que faz fronteira com Guayaramerín, na Bolívia. E o atendimento desses pacientes em estado grave no pronto socorro do Hospital Regional de Guajará causou um impasse entre autoridades dos dois países e foi tema de uma reunião na prefeitura. A intenção do encontro era de formalizar um acordo para que os gastos sejam divididos entre os dois países, já que no momento, somente o município brasileiro está arcando com as despesas.
Situação do Hospital Regional
Segundo o prefeito Cícero Noronha (DEM), por mês são gastos R$ 1,8 milhões para manter a unidade em funcionamento, porém, na maioria das vezes o recurso não é suficiente para suprir todas as necessidades. Atualmente a Bolívia não dá nenhuma contrapartida em relação aos atendimentos feitos no município e também em Porto Velho.
O Hospital Regional Perpétuo Socorro é a única unidade hospitalar do município, que tem aproximadamente 47 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de atender a população das zonas urbana e rural, o hospital ainda recebe pacientes de distritos próximos, indígenas e também da cidade de Nova Mamoré (RO), situada a cerca de 40 quilômetros.
Somente no mês de setembro o Regional atendeu 12 pacientes bolivianos em estado grave, sendo que a maioria deles precisou ser encaminhada para receber tratamento especializado na capital e não possui a documentação adequada para a transferência.
“A administração tem um gasto excessivo com a saúde pública no Hospital Regional, isso é um fato, sendo que tudo isso é coberto pelo orçamento municipal com uma pequena ajuda do Governo Federal. Nossa maior reclamação é ter que receber esses pacientes de alto risco, que podem morrer nas mãos de profissionais brasileiros, sendo que muitas vezes não temos estrutura nem para atender os pacientes da cidade e região, a conta não fecha”, disse Noronha.

Nenhum acordo foi firmado oficialmente na reunião. A previsão é que uma segunda reunião entre as autoridades dos dois países seja realizada em breve para tratar novamente do assunto, porém ainda não foi estipulada nenhuma data específica para o encontro.
Reunião com representantes dos dois países discutiu uma forma de dividir os gastos hospitalares.Reunião com representantes dos dois países discutiu uma forma de dividir os gastos hospitalares.
Reunião com representantes dos dois países discutiu uma forma de dividir os gastos hospitalares.
Posicionamento do governo boliviano
De acordo com Juan Soares, que é o atual Conselheiro de Saúde de Guayaramerín, 90% dos pacientes que são trazidos para receber tratamento no Brasil são vítimas de acidente de trânsito no território boliviano, já que na Bolívia o uso de capacete não é obrigatório para motociclistas e raramente é utilizado pelos condutores.
Questionado pelo G1 sobre o motivo do encaminhamento dos pacientes bolivianos para o lado brasileiro, o conselheiro foi enfático ao dizer que atualmente a Bolívia não tem condições de atender a população vítima de acidentes e de enfermidades graves e que o encaminhamento é a única alternativa para que as vítimas possam sobreviver.
Ainda segundo o conselheiro, a ideia do governo boliviano é de firmar um pacto com a administração municipal de Guajará-Mirim para que os pacientes possam ser atendidos normalmente, para evitar problemas burocráticos e diplomáticos entre os dois países.
“Temos muitas dificuldades para atender a demanda de pacientes porque faltam médicos especialistas como ortopedista, cardiologista e outros mais. Infelizmente, na Bolívia tem muitos acidentes de trânsito e como as pessoas não usam capacete, os ferimentos acabam sendo graves. São encaminhados para o Brasil porque aqui tem profissionais capacitados e equipamentos médicos para salvar essas pessoas”, declarou o servidor boliviano.

Proposta para o Estado assumir a unidade
A situação é tão grave que no final do mês de agosto a Prefeitura Municipal anunciou durante uma audiência realizada no Fórum Nelson Hungria que quer entregar de forma definitiva a administração do Hospital Regional Perpétuo Socorro para o Governo do Estado. Segundo o prefeito Cícero Noronha a administração não tem condições de continuar arcando com os gastos da unidade.
A unidade está sob intervenção judicial desde agosto de 2016 e chegou a ser administrada temporariamente pelo estado, porém a Justiça determinou que o município voltasse a gerir a unidade após a eleição suplementar para prefeito, ocorrida em abril deste ano.
Sobre a proposta da prefeitura de Guajará-Mirim, o Governo do Estado se comprometeu em continuar ajudando a manter a unidade, mas declarou que também não tem condições de assumir de maneira definitiva as despesas para manter o hospital e que o foco está na conclusão do novo Hospital Regional, que ainda não está em funcionamento.
Fonte g1
Fotos google imagens.

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